De underground a fonte de desinformação

Desinformação versus informação

Nos dias de hoje, nunca o Homem dispôs de tantos mecanismos para obter informação. Ainda assim, o fenómeno da desinformação não deixa de o acompanhar. Quem poderá ser responsabilizado pela sua existência? Os profissionais, os cidadãos, uma era tecnológica?


Segundo Manuel Pinto, docente da Universidade do Minho, a desinformação refere-se a "atos ou operações organizadas de fabricação de acontecimentos ou notícias ou relatos, que não têm qualquer consistência na realidade, nos factos com a intenção de induzir ao erro." Assim sendo, "a desinformação visa enganar as pessoas, visa difundir relatos ou ideias, ou pseudo factos que têm intenção de criar uma intenção falsa de alguém,  de algum país, de alguma problemática."


Para Luís Pereira, professor e investigador na Universidade de Coventry, este é um fenómeno que tem vindo a aumentar, tal como o vírus da Covid-19. Uma das possíveis justificações prende-se com a circulação massificada de informação ou pseudo informação nas redes sociais. De acordo com o investigador, este é um fenómeno "que contagia muito rapidamente e se passa de um para o outro, porque as pessoas não veem os conteúdos com cuidado."




Ainda assim, Fábio Ribeiro, investigador no Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade da Universidade do Minho, salienta que esta não é uma questão nova, uma vez que "sempre houve conteúdos falsos transmitidos pelos media. Contudo, parece que só agora é que o mundo acordou."


 

A que se deverá esta proliferação de conteúdos falsos? Para Joana Mourão, psicóloga dos serviços de ação social da Universidade do Minho, o problema está na forma como as pessoas usam as plataformas e como filtram os conteúdos. Sendo que nas "próprias redes, o que não faltam são mecanismos para ultrapassar níveis de privacidade diferentes, maneiras de bloquear."


Relativamente às redes, André Oliveira, argumentista de banda desenhada, acrescenta ainda que estas originaram todo o tipo de discursos radicais, entre eles os discursos extremistas e de ódio. Para este, a justificação é simples: "Nós, quando falamos cara a cara, quando lemos as expressões e conseguimos medir o ritmo das nossas palavras e o impacto que elas vão ter nas outras pessoas, normalmente temos tendência a ser mais conciliatórios e passamos a ter um discurso mais racional, mais sensato."


Será este um fenómeno solucionável?

Face a este panorama de proliferação da desinformação, os profissionais da comunicação revelam que este fenómeno dificilmente pode ser solucionado.

Para Manuel Pinto e Fábio Ribeiro a solução baseia-se na aposta na educação para os media, a estimulação da capacidade crítica, da reflexão individual, um trabalho que deve ser iniciado no percurso escolar. O objetivo é só um: preservar o lugar de conteúdos e dos programas humorísticos e capacitar os cidadãos.


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